Introdução da História

Na nossa escola, víamos ideias valiosas se perderem por falta de canais eficazes para voz dos alunos: sugestões para melhorar o recreio, pedidos de materiais e atividades mais engajadoras, além de conflitos que precisavam de mediação.

Optamos por enfrentar a falta de participação estudantil nas decisões escolares, pois era a raiz de outros problemas, gerando desmotivação e um ambiente pouco colaborativo, onde alunos e direção não se entendiam.

Todos na escola sofriam as consequências: alunos frustrados por não serem ouvidos, direção sem entender as reais necessidades dos estudantes e uma comunidade escolar com menos harmonia e pertencimento.

Ao longo do nosso processo de reflexão, o nosso grupo debateu várias alternativas para aumentar a participação dos alunos na vida escolar. Inicialmente, ponderámos soluções mais simples como caixas de sugestões físicas e digitais, mas rapidamente percebemos que não garantiam um diálogo verdadeiramente eficaz. Também equacionámos realizar assembleias gerais com todas as turmas simultaneamente, deparando-nos com a dificuldade de compatibilizar horários. Outras hipóteses incluíam a formação de uma associação de estudantes formal ou a criação de um clube de ativismo, porém estas opções exigiriam uma estrutura organizativa mais complexa. Considerámos igualmente assembleias por turma, inquéritos mensais e até um mural interativo, procurando sempre equilibrar a participação alargada com a viabilidade prática.

Depois de analisarmos todas as possibilidades, optámos por implementar um sistema de representantes de turma com assembleias mensais acompanhadas por uma mentora, complementado por um mural físico. Esta abordagem revelou-se a mais adequada porque resolvia os nossos principais constrangimentos: assegurava a representação de todas as turmas sem sobrecarregar o horário escolar, como aconteceria com assembleias gerais. O acompanhamento por uma mentora garantia que os debates fossem produtivos, enquanto o mural mantinha toda a comunidade informada. Iniciámos com um projeto-piloto no 5.ºA, o que nos permitiu testar e aperfeiçoar o modelo antes da sua expansão. Esta solução destacou-se por ser prática, democrática e capaz de produzir resultados tangíveis, como a concretização das primeiras melhorias sugeridas pelos alunos.

Iniciámos com assembleias quinzenais no 5.ºA (turma-piloto), formámos representantes de todas as turmas (5.º ao 9.º ano) e criámos assembleias mensais mediadas pela mentora e direção, complementadas por um mural de decisões.

100+ alunos passaram a ter voz ativa nas decisões escolares Concretizadas 5 melhorias (concursos, jogos, livros novos, pintura de jogos no recreio) Melhoria visível no ambiente escolar e resolução de conflitos

100

Antes falávamos muito entre nós sobre o que queríamos mudar, mas não sabíamos como. Agora nas assembleias sentimos que a nossa voz é ouvida. (Aluna, 6º ano) Os alunos estão mais motivados e comprometidos, porque sabem que as suas ideias são ouvidas e valorizadas. (Professor)

Encontrar um momento mensal que funcionasse para todos os representantes de turma revelou-se complicado. A solução foi definir as quartas-feiras à tarde como horário fixo para as assembleias, já que é um período sem aulas regulares, permitindo a participação de todos os delegados. Atualmente, o projeto depende essencialmente da mentora pedagógica. Para garantir a sua continuidade, estamos a formar os alunos líderes (delegados e subdelegados) para que, no próximo ano letivo, possam assumir maior responsabilidade na organização e mediação das assembleias, assegurando que o "Vós em Ação" continue sem depender de um único adulto.

mais de 30 dias

Educação de qualidade

O nosso projeto "Vós em Ação" alinhado com o objetivo Educação de Qualidade. Esta conexão torna-se evidente quando analisamos como a nossa iniciativa promove os princípios fundamentais de uma educação inclusiva, equitativa e de qualidade. Ao criar espaços estruturados de participação democrática, estamos a garantir que todos os alunos adquiram conhecimentos e habilidades necessárias para promover sociedades pacíficas e sustentáveis. O projeto vai além do ensino tradicional, capacitando os estudantes com competências essenciais para a vida: desde a capacidade de expressar opiniões fundamentadas até à resolução pacífica de conflitos.

O projeto "Vós em Ação" foi divulgado a toda a comunidade escolar através de múltiplos canais. Criámos um mural interativo na sala do aluno, que documenta com fotos e registos o processo das assembleias, as decisões tomadas e os próximos passos, tornando todo o trabalho visível e transparente para alunos, professores e visitantes. Além disso, as redes sociais da escola passaram a incluir atualizações regulares sobre as conquistas do projeto, como a organização do concurso de dança e a aquisição de novos livros para a biblioteca.

20-50

Para garantir a continuidade e o crescimento do "Vós em Ação", desenvolvemos um plano de sustentabilidade com várias vertentes. Estamos a capacitar os alunos-líderes (delegados e subdelegados) com formações específicas para que possam moderar as assembleias de forma autónoma. Conseguimos o compromisso da direção para continuar com o projeto para o próximo ano.